O que a Covid-19 tem para nos ensinar?

Parece-nos quase impossível que em meio a Pandemia de Covid-19, consigamos perceber aspectos positivos, especialmente pelo fato de termos que adquirir hábitos de distanciamento social.

Não se pode negar que estamos vivendo um momento na história de grande incerteza quanto a duração do distanciamento social que tem acarretado grande impacto na saúde mental das pessoas.

Diariamente os meios de comunicação propagam de forma massiva o potencial letal da doença e como consequência deste cenário, as pessoas estão cada vez mais angustiadas e depressivas. Cidades inteiras foram colocadas em quarentena, que diferente do distanciamento, é a separação e restrição do trânsito de pessoas que possam ter sido expostas ao vírus, a fim de verificar se elas ficam sintomáticas, diminuindo assim o risco de transmissão para outras pessoas.

Uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo “The Lancet” publicou recentemente uma revisão de artigos relacionados aos impactos psicológicos que a quarentena trouxe para a sociedade. Uma das conclusões chama a atenção para a grande possibilidade de o impacto psicológico ser duradouro ainda que a situação se normalize. Não há dúvidas de que somos seres sociais e precisamos uns dos outros. Todo nosso desenvolvimento, desde que nascemos, é influenciado pelas relações humanas. Por isso, neste momento de distanciamento social, mais do que nunca, é necessário desenvolver novas formas de enfrentar o estresse, o medo e o tédio.

Ainda que seja difícil passar pelo distanciamento, não podemos negar que a pandemia também tenha trazido grandes aprendizados. A primeira delas é a de que o tempo é extremamente valioso e nos impõe a necessidade de refletir no que estamos gastando este tempo. Para viver como Deus quer que vivamos, precisamos fazer melhor uso do nosso tempo e o desacelerar das atividades do dia-a-dia, evidenciou que há uma urgente necessidade de voltarmos nossos olhos para a forma como estamos vivendo o hoje.

Outro grande aprendizado que esta Pandemia tem nos dado, é a percepção daquilo que consumimos. Roupas de marca, sapatos caros, carros de última geração e uma infinidade de coisas que consumimos, hoje, não tem a menor importância. E no isolamento dentro de nossas casas, entendemos que precisamos apenas do essencial. Todo o resto passou a ser inútil quando a vaidade foi retirada do nosso cotidiano.

A Pandemia também tem nos ensinado que a participação no ensino dos nossos filhos é fundamental. Em meio a aulas virtuais, pais viraram professores e filhos tem se beneficiado desse contato direto com os pais, que antes estavam absortos em seus afazeres diários. A convivência em família faz com que pais desenvolvam maior percepção dos aspectos emocionais dos filhos e ao abrir espaço para o diálogo, abre-se também um espaço para a construção de uma relação de confiança, na qual haverá sempre um porto seguro onde aportar diante das tristezas e também das alegrias da vida.

Aprendemos com a Pandemia a não termos pressa e que bons momentos e oportunidades se perdem todos os dias. Aprendemos também que estar em movimento é uma necessidade vital para manter a saúde física e mental.

Muitas pessoas queixam-se de que o tédio é um dos maiores desafios da quarentena e que diante disso a procura por literatura e cursos on-line tem ajudado a diminuir níveis elevados de ansiedade e estresse.

Outro grande aprendizado que podemos tirar deste momento é que mesmo em situações extremas de perda de liberdades, perdas financeiras e frustrações, podemos desenvolver novos objetivos e uma nova visão da vida.  Apesar de tudo o que estamos vivenciando é possível perceber que mesmo em momentos de angústia e incertezas podemos retirar grandes aprendizados.

A Bíblia revela que mesmo em momentos de dificuldade, podemos aprender a depender inteiramente de Deus. O Salmo 46:1 nos faz lembrar que Deus é nosso refúgio e fortaleza e basta irmos até Ele para que encontremos nosso porto seguro. Podemos passar por grandes dificuldades e em meio a elas temos duas alternativas: ou lamentamos e seguimos sofrendo, ou podemos tirar grandes aprendizados e continuar seguindo com mais fé e confiança em Deus.

Referencias:
BROOKS, S. et al. The psychological impact of quarantine and how to reduce it: Rapid review of the evidence. The Lancet. v. 395, n. 10227, p. 912-20, fev. 2020.

Social isolation and loneliness in older adults: Opportunities for the health care system. Washington: National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine, 2020, 266 p.

Autora do artigo:
Lislei Petereit T.P.Conrad
Psicóloga/Psicopedagoga CRP:05/54603

Ministério da Mulher  – União Sudeste Brasileira
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