Como praticar a solidariedade no isolamento social

De acordo com o site significados.com.br, solidariedade quer dizer: um sentimento de identificação em relação ao sofrimento dos outros. Precisamos também ter empatia pelo nosso semelhante, que é a capacidade psicológica para sentir o que outra pessoa sente vivendo determinada situação.

No dia 18 de maio de 2020, fomos a uma Unidade de Saúde aqui em nossa cidade para atender uma família da nossa igreja, pois um jovem se acidentou de moto, fraturou perna e braço, mas, apesar das fraturas, não corre riscos. Precisará de cirurgia para correção, mas vai ficar bem. Sentimos a aflição e a dor deles pelo ocorrido.

Mas quero registrar aqui a insegurança que experimentamos naquele lugar. As pessoas distantes umas das outras, todos usando máscaras, os próprios funcionários da Unidade de Saúde ficando afastados, visivelmente todos buscando um distanciamento em virtude desse bichinho invisível que tem tirado vidas, que tem roubado a paz, que tem roubado a aparente segurança que nossa sociedade parecia estar vivendo.

Ficamos ali por um tempo, contemplando cenas que ninguém gosta de ver e muito menos vivenciar. Pessoas chegando e saindo, com dores, lágrimas, estresses. Pessoas que não conhecemos e que estão sofrendo. Enquanto estávamos ali na recepção da Unidade, vimos um senhor sozinho que aguardava ser chamado pelo médico, fisionomia cansada, tosse, falta de ar, e ali naquele momento confirmei mais uma vez a fragilidade do ser humano, e agora mais do que nunca essa escancarada fragilidade ameaçada por um inimigo invisível e impiedoso. Isso nos faz sentir tão pequenos a as vezes até egoístas em querer se proteger. Mas infelizmente hoje essa é a nossa realidade, porque é muito difícil não temer aquilo que não se pode ver.

Enquanto estamos em casa rodeados dos nossos queridos, sabemos que muitas pessoas estão sofrendo muito com esse distanciamento social, sabemos de pessoas que estão ficando doentes por não suportar a separação, mesmo que seja temporária e assim esperamos que seja, porque o ser humano não foi criado para viver só.

Em casa somos dois, meu esposo e eu, e temos duas cachorrinhas. Nossos filhos já são casados. Antes de começar o namoro, éramos muito amigos e conversávamos bastante um com o outro. Quando começamos a namorar conversávamos muito mais, e depois do casamento não deixamos que isso mudasse, continuamos conversando muito. É assim todos os dias, e lá se vão 34 anos. Quando nossos filhos casaram, sentimos o ninho vazio, mas nossa amizade não permitiu que sofrêssemos por causa disso.

Você por certo conhece alguém que vive só, a quem deseja ajudar nesse momento tão delicado da história da humanidade. Por isso vamos passar algumas dicas do que você pode fazer para diminuir um pouquinho a solidão, a saudade, a sensação de abandono ou esquecimento por parte de amigos e até mesmo de familiares.

Como posso praticar a solidariedade e empatia nesse período tão tenso e incerto? Coisas simples podem ser feitas, e o mais interessante é que isso ajuda o outro e também a você mesmo. Você pode usar a tecnologia, caso ainda não esteja fazendo. Veja como é simples:

  • Um recadinho, pelo WhatsApp, um vídeo, uma mensagem;
  • Uma oração pelo celular ou telefone fixo;
  • Um e-mail com uma mensagem de motivação;
  • Sugerir a leitura de um livro, e até emprestar se o tiver;
  • Mostrar-se interessado no bem estar do outro com uma ligação para conversar;
  • Ajudar na aquisição de alimentos, se for esta uma necessidade;
  • Ajudar na aquisição de medicamentos, caso seja necessário;
  • Levar um pão ou um bolo;
  • Doar uma máscara;
  • Doar um pouquinho do seu tempo apenas para ouvir.

Esse é um período que devemos também lembrar que a fé é um combustível poderoso que nos sustenta e que nos traz paz e esperança de que as coisas vão melhorar. Isso vai passar, não sabemos quando, mas um dia vai passar. Deus não está alheio a essa situação. Apesar de tudo isso que estamos vivendo, precisamos cuidar para que a solidão, o estresse, a ansiedade, a depressão não se instale em nós e nem naqueles que nos rodeiam.

Não está fácil, e por certo ainda viveremos algum tempo essa situação de incertezas. No entanto podemos fazer a diferença na vida das pessoas que nos rodeiam, pedindo a Deus que nos sustente e nos guarde, assim como aos nossos queridos. É só um pouco mais, e com certeza virá o dia no qual poderemos novamente voltar a viver com a liberdade agora tão desejada. E por certo teremos aprendido muitas lições, e seremos seres humanos melhores do que fomos antes desse período de isolamento social, que foi, e é uma medida necessária para o bem de todos nós. Não esqueça: Isolamento social não é isolamento afetivo. Não deixe de amar e demonstrar isso para as pessoas ao seu redor.

Um abraço!

Autora do artigo:
Maria José Paulino da Silva Franco

Ministério da Mulher  – União Sudeste Brasileira
Igreja Adventista do Sétimo Dia

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